Metamorfose e liderança: a missão das mulheres no mundo

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão teológico-pastoral sobre os desafios e perspectivas da missão evangelizadora da Igreja no contexto contemporâneo, marcado pela secularização, pelo pluralismo cultural e pelas crises éticas, antropológicas e ecológicas. A pesquisa se orienta pelas seguintes questões: De que maneira a figura de Maria pode ser compreendida como paradigma da missão da mulher na Igreja contemporânea? Como a aplicabilidade prática do contido nos documentos do Concílio Vaticano II, especialmente Lumen Gentium e Ad Gentes, fundamentam a participação feminina na missão evangelizadora? Quais caminhos pastorais podem ser inspirados na espiritualidade mariana para fortalecer lideranças femininas e comunidades eclesiais? O estudo busca analisar a missão da mulher como paradigma de metamorfose e recriação, iluminada pela figura de Maria, considerada chave hermenêutica da identidade missionária da Igreja. A partir dos documentos do Concílio Vaticano II, destacam-se fundamentos trinitários, cristológicos e eclesiais que orientam a missão feminina e a participação ativa do laicato. Maria é apresentada não apenas como objeto de devoção, mas como ícone de escuta, cuidado e discipulado, apontando caminhos para uma Igreja sinodal, samaritana e missionária. O método teológico-pastoral adotado é o ver-julgar-agir, articulando escuta crítica da realidade, discernimento e compromisso de ressignificação da missão da mulher no mundo. Ao considerar o Jubileu de 2025, que celebra os 60 anos do Concílio Vaticano II, o artigo propõe reflexões sobre o fortalecimento das lideranças femininas e comunidades eclesiais em uma Igreja que valoriza o cuidado, a escuta e a esperança.